sexta-feira, 13 de abril de 2007

Está certo o governo francês; façamos a nossa parte

A decisão do governo francês de recomendar aos seus compatriotas que vêm ao Brasil que tenham sempre à mão "uma nota de R$ 50 para entregar, sem hesitação, em caso de assalto" em vez de revoltar deve levar todos nós a refletir. Ora, estão certos os franceses. Em um curto intervalo de tempo, dois franceses foram assassinados no Rio de Janeiro. Uma das vítimas trabalhava em uma ONG de ajuda a jovens carentes e foi vítima de um desses ex-menores carentes. O outro, um músico que estava no Rio de Janeiro a trabalho. O que o governo francês fez foi apenas retratar a realidade para esses turistas, pois quem mora aqui no Rio de Janeiro adota de forma costumaz táticas preventivas aos assaltos, tirando sempre o relógio ou as jóias quando vai à rua, e até mesmo evitando determinadas linhas de ônibus ao se deslocar. Mas os franceses não sabem disso, então é mais do que certo que sejam alertados sobre o constante risco a que estão expostos ao andarem desavisadamente pela cidade. E essa insegurança está no ar. Nos maiores pontos turísticos da cidade, temos centenas de moradores de rua, drogando-se e cometendo furtos e assaltos. Seja na orla de Ipanema ou Copacabana, seja no centro da cidade nos pontos históricos, eles estão sempre lá, esperando a oportunidade para agir. Insisto que a violência começa também no cenário, e o nosso, com essa crescente população de rua é dos mais desoladores. Nesse caso, a responsabilidade é da prefeitura, que deveria tirar das ruas essas pessoas. Mas não o faz. Seria uma medida preventiva à violência. Uma espécie de "pequena ajuda" ao estado - representado pela Polícia Militar - este sim responsável por manter a ordem. Essa cooperação, boa vontade e iniciativa são os ingredientes necessários para se colocar em primeiro lugar os interesses da população do Rio de Janeiro, interesses esses que devem estar sempre acima de qualquer disputa política e institucional. Se olharmos com atenção notaremos que a "provocação" do governo francês pode ser um catalizador para a busca da solução. Que não nos falte boa vontade.

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